segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Teoria da Fome



Fome de escrever sobre as mazelas do mundo, da vida, da falta dela.
Tenho fome de vomitar garranchos de desapego.
Fome de expor as dores e os amores, as idas e vindas.
Tenho fome de sentir fome.
As letras maquiam os fatos.
Maquiagem pode ressaltar o belo como pode camuflar verdades e caracterizar mentiras.
Analfabetos da sinceridade, escritores da maldade.
Romances inventados, literatura barata, crônicas de falácias.
Doutores das letras, enfermos do conhecimento. 
Letras, acentos, travessões, pingos, parágrafos, hifens, ponto final.
Acentuação enfática e CAPS LOCK na morte intelectual.
Nova ortografia, para novas fronteiras.
Unificação.
De pensamentos?
Cegueira mundial, catástrofe nacional.
Letra para quem tem fome, circo para quem tem urgência.
Pão para a preguiça. 
SAINDO UM EJA NO CAPRICHO!
Cotas de preconceito para quem aprendeu a fazer compreensão do texto. 
Na bolsa quero dignidade.
Tenho fome, quero letras para um banquete, não as migalhas que caem da mesa de seu senhor.
Fome, saciedade. gula, anorexia. 
Quem tem esbanja, quem não tem deseja.
Letras no poder, ignorância dando poder.
Tenho fome, muita fome.


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