quinta-feira, 26 de abril de 2012

Terra Infértil





A Terra está infértil. A sensibilidade, a nobreza de caráter, os sentimentos puros que nutriam seu solo foram substituídos pela indignação.

Abortaram suas sementes que insistiam em germinar.
Fizeram esterectomia em sua alma, tornando-a estéril, pobre e insossa.
Ceifaram suas ideias. Assassinaram seus ideais.

Aprisionaram seus sonhos num cárcere de perjúrios.
Arrancaram pela raiz as palavras sobrecarregadas de afeto que brotavam.
Mas, a Terra é livre, seus valores não foram corrompidos por uma sociedade hipócrita que valoriza o Ter ao invés do Ser.

A Terra tem consciência que para aprimorar a escrita com estudo e dedicação a técnica se adquire, porém , caráter, sensibilidade e ética, não. Estes predicativos vem do âmago. Portanto, mesmo estando desacreditada dos bons sentimentos alheios a Terra espera desfazer a hipocrisia, lutar contra a tirania, recuperar a magia e aguardar que esta desilusão seja momentânea, representa apenas um momento atônito que breve extinguirá.






domingo, 22 de abril de 2012

Eu assassino?





Matei a barata. Sem nenhuma piedade eu matei a barata. Não me senti um assassino hediondo. Mas foi uma vida que eliminei. Virou as patas para cima após receber o golpe, não sei como virou-se, e assim ficou, sem que eu me animasse a jogá-la ao lixo, desfazendo-me da prova do meu crime. O tipo de coisa que não deve ser feita, adiar pra depois, mesmo um curto espaço de tempo, o que deve ser feito de imediato.

Lá onde a matei permaneceu por instantes, o suficiente para eu me esquecer da vítima e chegar a visita. Nos momentos mais inoportunos sempre chega uma visita. Viu a cena que descrevo. Uma vergonha. A barata jazia em local visível, exposta, denunciando a sujeira do meu lar, não o meu conflito por tê-la matado. Uma vida que ninguém defende. Baratas merecem morrer, mas o melhor é que não surjam em nossa casa, desinfetada, limpa diariamente.

A visita viu a barata morta. Talvez tenha sentido asco de mim por me considerar sujo. Não viu em mim um assassino, frio, cruel, que sequer se preocupa em apagar as pistas do crime. Não percebeu que por minutos eu me senti mal pela vulnerabilidade da barata, uma vida fácil de ser encerrada. Havia tanta coisa me confundindo, os valores questionados, a minha vida sendo testada, a dificuldade das escolhas. O caminho reto do bem ridicularizado pela falta de resultados. E eu sendo julgado por não ter varrido a barata da sala.





sábado, 21 de abril de 2012

Sala Egípcia

22cm de largura  - 33,5cm de comprimento  - 17cm de altura 
Base: Madeira MDF
Paredes: Papelão
Mobília: papel em geral
Tempo de montagem: 3 dias 












quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cúmplice







Conheço-te, sei a tua voz, a expressão do teu rosto; e o teu olhar, 

ora intenso e penetrante, ora vazio e distante ...fala-me de ti. 

Sei o suave sabor de tua boca, o toque terno de tuas mãos em mim. 

Sei-te dentro de mim, assim, porque... então sim, sinto-te a alma a 

abrir-se e a dar-se-me toda, num Tempo que não conhece fim...







terça-feira, 10 de abril de 2012

As Raízes da Corrupção Brasileira





O brasileiro corrupto, na sua maioria é por uma questão de cultura. Todo povo carrega em sua cultura peculiaridades que lhes são marcantes. Infelizmente nosso país carrega em seus ensinamentos naturais de berço a marca da corrupção e da marginalidade. 

Nosso povo é formado de brancos, negros e índios. 

Os brancos em sua maioria foram na época da colonização os enviados de Portugal para povoar a terra diante do receio de perderem o domínio e não ser possível explorar suas riquezas. Assim foi enviada para o Brasil a escória de Portugal, representada por bandidos, prisioneiros condenados, ladrões, assassinos, prostitutas e toda espécie de gente renegada pela sociedade portuguesa. 

Os negros, por terem sido subjugados na escravidão e tratados como sub-raça humana aprenderam a se defender com muita garra, porém não havia exemplos de dignidade que pudessem seguir a não ser os de suas tribos de origem que ficaram na memória dos primeiros que aqui chegaram. Assim tornaram-se naturalmente corruptos como os brancos. 

Os índios, os mais indefesos, sempre minoria, acabaram por perder a sua identidade. Uma pequena porção deles ainda hoje luta para manter sua cultura de origem. Porém, a maior parte desfaleceu, desanimou, baixou as machadinhas e se corrompeu.

Na mistura dessas três raças, que é o principal cruzamento genético brasileiro, não houve escapatória. 

O povo brasileiro aprendeu a se aproveitar maliciosamente de tudo nesta vida. 

O Brasil tem apenas 512 anos... dessa mistura de raças a que mais tarde acresceu-se outras culturas, advindas de imigrações européias e orientais, resultou um povo alegre, fascinante, de uma beleza que lhe é peculiar e esplendorosa. Porém facilmente assediável pelo vício da corrupção, desonestidade e alienação. O povo brasileiro não se importa com muita coisa. Não se permite ter memória para se defender do mal e se deixa levar facilmente por falsas promessas. É o povo que mais cai no conto do vigário. Porque é de boa-fé e não rancoroso.

Defeitos e virtudes à parte, penso que o nosso povo que aí está adulto, dificilmente mudará o seu jeito. Se há uma saída esta e encontra a partir da educação de nossas crianças. Os pais, e os mestres, o governo e as ONGs, todos num esforço de propósito precisamos investir nas crianças brasileiras, para ensiná-las e nos esforçar para não sermos maus exemplos a serem seguidos. Não se muda a cultura de um povo se não mexer na educação. Tarefa dura e de difícil adesão diante do quadro que se apresenta na geração atual. A saída conhecemos, mas como torná-la uma realidade?