terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Aquarela


Eu pinto sonhos que nem sempre têm asas
Sonhos vividos
Sonhos esquecidos
Sonhos que poderão viver na minha tela
Na minha triste aquarela


Minha tela pode estar pintada de vazio
Silêncio vazio
Cores incolores que mostram meu rosto
Tela vazia incolor que inspira minhas cores


Eu pinto meus temores na madrugada
Onde a tempestade é a verdadeira tela
Onde a solidão disfarçada
Invade o meu quarto pela janela


Eu pinto a solidão do meu corpo
Pinto as cores da minha voz nua
Pinto meus olhos perdidos no infinito
Minha tela é meu próprio grito


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pensamentos





Há palavras que nos beijam como se tivessem boca...outras nem por isso


A vida me ensinou que silenciar é uma atitude sábia; além de evitar dissabores, somos despertados a fazermos um feedback


Facilmente fugimos da realidade, quando vivemos apenas de saudades ou de sonhos. fugir do momento presente, nos torna improdutivos


Se Platão estivesse vivo certamente estaria desempregado


Não faço questão de muitos amigos. Quero apenas amigos verdadeiros


Não estou aqui para surpreender ninguém


A comunicação virtual passou pelas seguintes fases: curiosidade, utilidade, praticidade, necessidade, rapidez, segurança e solidão


Não sou mal, mas gostaria de brincar de Jogos Mortais com algumas pessoas.


Uma das melhores qualidades para cultivar um bom relacionamento é a sinceridade. Muitas vezes, pode até machucar, mas impede a construção de barreiras inúteis.



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quanto sorriso, ó quanta alegria!...




Carnaval, festa de sonhos e fantasias, sonhos que vão com os foliões e fantasias que estão na cabeça e no corpo, enfeitando o desejo de ser feliz.

No carnaval se encontra a chance de uma conquista á muito buscada e á cada ano em cada carnaval se renovam as esperanças.

No balancê de cada roda, se encontra a alegria e empolgação que unida ao desejo de ser feliz, realiza a satisfação do carnavalesco na avenida.

Como diz a letra da velha canção, "mais de mil palhaços no salão", palhaços do riso, do choro, da alegria exagerada e muitas vezes vítimas de suas próprias palhaçadas.

Não tem como conter a alegria de foliões exaltados, se na avenida estão todos seus sonhos e desejos, sentimento de liberdade, com sabor de amor e amizade.

Carnaval é assim, um pouco de tudo, e tudo muito assimilado á mais emocionante das tradições, se os romances são mais acentuados no carnaval, as desilusões vem no mesmo ritmo; rítimo esse que é difícil ser controlado por pessoas desprovidas de cautela.

Felicidade acima dos níveis de cuidados, sem parâmetros para a alegria, como se no carnaval valesse tudo, se não vale!! folião bom é folião apaixonado.

Na virtude do carnaval se encontram os poetas das passarelas que embalam a festa fazendo seus enredos e lavando o carnaval ao nível das grandes obras.

Quem sabe, é o que deixa a melhor impressão do carnaval, seja no talento de artistas muito bem inspirados pela alegria, ao fazer sua vida dar uma volta sem precedentes.

Ao menos a beleza de mulheres com corpos exuberantes, fazendo da avenida uma passarela com o glamour da beleza feminina, levantando o desejo de todos alí presentes.

Carnaval é isso, é uma bateria com milhares de participantes á sincronizar um rítimo que embala desde os simples brincantes aos mais sérios e elegantes.

Um trabalho de mestres que sem temer o resultado final confia na sua equipe e faz do seu trabalho uma bela resposta aos ouvidos mais afinados.

Dentro da festa não existem somente um rei uma rainha, todos reinam em uma adversidade sem fim, como fazendo um pacto para a felicidade não escapar ao som do tamborim.

Seria então um acumulo de ações em prol da alegria, uma legião de “alegretes” pulando e se divertindo numa felicidade sem fim.

Realmente a felicidade reina nesse lugar, pois o mais problemático dos homens em plena passarela da alegria se vê transformado em senhor da euforia, que domina seus sonhos como uma fantasia real, mesmo sendo a realidade desleal.

Carnaval é isso, meninas ainda criança num sonho de gente grande, senhoras balzaquianas num sonho de adolescente, e assim a alegria toma conta do coração, levando consigo todo uma perspectiva de no final sair feliz, completa e plenamente.

Uma festa que é sinônimo de alegria, sobre tudo o carnaval joga pra longe o entristecer que a rotina do dia-dia os coloca, mas é uma alegria momentânea e sem fundamentos para a vida.

Uma vida que é vivida através da expectativa de outros carnavais, com a felicidade se fazer presente, o amor ser um participante e ter a alegria como amante.

Carnaval é assim, toda grandeza de uma esplêndida apresentação, muito brilho, muita animação, mas na quarta feira, retorna o inferno e a queimar se vê toda a alegria com a chegada da realidade num imenso caldeirão, devolvendo a rotina da vida ao coração.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ciranda do Amor




Amar é tolerância
Não é repressão
Amar é perseverança
Não é a inconstância
Amar é discrição
Não é a ostentação.
Amar é comunhão
Não é desunião.
Amar é interação
Não é desconexão.

Amar não está em extinção
Mas em plena expansão.
Amar não atrai confusão
Mas, sim, compreensão.
Amar não é só atração
Mas, também, muita emoção.
Amar é ter afeição
E muita dedicação
Amar é doação
E,sobretudo, atenção

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Imagem



Descobriu-se de repente pelo reflexo do espelho


e não se imaginava assim, e se desejou assim


Que alma o mundo lhe reservara!


Pelo espelho, brilhava, foi paixão, foi auto-admiração

Mas veio o dia em que seu reflexo era fosco e opaco

e as linhas de expressão pareciam saltar e gritar do espelho

algo estava tão errado, uma imagem indesejável

naquele rosto que outrora descobrira estrelar

fazia tempo ... agora aquele ser lhe causava horror


- Quebrou o espelho em mil pedaços -
Fez uma revisão de seus valores e opiniões

mudou princípios, afastou inutilidades impregnadas

naquele reflexo que já fora pura luminosidade

Olhou-se depois de muitas lutas, espantou-se

aquele era o olhar de alguém mais velho

alguém cuja experiência lhe causara sabedoria

mas também era um multi-rosto, imagens facetadas

de alguém que era múltiplo no traduzir da sua alma

não era uma coisa, ou outra, era várias em um reflexo só


- Virou-se e foi ao parque espairecer -

Sugestionadamente sem querer entrou na sala dos espelhos,

não estava sozinho, mas suas imagens pareciam escapar


querer se revelar, de dentro da sua alma, de todos os jeitos e formas


não havia mais como segurar, como esconder suas diversas imagens

baixas, gordas, finas, velhas e novas, loucas e sãs

mas, pela primeira vez, relaxou e sorriu aliviado:

todas as pessoas ao seu lado, estavam na mesma situação


- Riu de si mesmo! -




sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Da nuvem de Clarice


Ao tomar um chá com o Caio (Fernando Abreu), ele me disse que havia se manifestado a respeito das coisas que publicam em nome dele. Seguindo sua dica, cá estou.

Também sofro com os mesmos problemas do Caio. Aqui no além a perturbação é constante, não consigo dormir ou simplesmente preparar um jantar. Fico trêmula ao ver quantas coisas são publicadas anos depois de minha partida da terra. Todos me invocam para justificar suas vidas, amores e desamores. Acredito ser a autora que mais escreve depois de morta.
Dias atrás, recebí várias pessoas na minha nuvem como Machado de Assis, Plutarco, Sócrates e até um tal de Steve Jobs querendo saber qual o segredo de tanta popularidade. Fiquei totalmente desconcertada.

Graças a vocês, meus escritos continuaram atuais por décadas, desde meu primeiro conto publicado em maio de 1940. Deveras, muita coisa é atribuída à mim. Mas não fui eu! rs. Abriram até um perfil em meu nome numa coisa (moderna) chamada facebook, onde se publicavam e se replicavam frases e mais frases, contos em cima de contos, em meu nome e aquilo foi espalhando-se como o vento.

Mas não estou aqui para reclamar direitos autorais, ainda mais depois de meu desencarne em dezembro de 1977. Estou aqui para alertar que muita coisa não é minha e que jamais devem basear suas vidas em coisas que escreví, pois aqueles foram momentos meus, da minha vida. Jamais tive a pretensão de esclarecer este doce mistério que é a vida sentimental. Se isso ajuda, fico feliz.

Ler é um hábito que deveria ser divulgado. Quem gosta conscientemente de mim, sabe que só é possível ler Clarice sendo Clarice. Escrever então, é divino! Como tomar água quando se está com sede, mantém a vida fresca.
Outro dia, sintonizei minha tv nos canais terrestres e ví algo curioso. Era uma casa com pessoas confinadas, cheias de um aparelho chamado câmera que focalizavam o tempo todo, filmavam tudo e dava acesso à todas as pessoas da terra. E todas elas expunham-se à troco de dinheiro. Voltei aos livros, pois repulsa-me só de pensar e, neste caso, é muito melhor ler o que deixei. Como pode alguém cuidar de sua própria vida vigiando a vida de outros? 
Enfim, não sei por onde caminhará a humanidade encarnada, com a desvalorização e banalização de tantas coisas. Caio disse que só volta se for em Júpiter.

Bem, apenas aproveitei este canal aberto para passar esta mensagem e matar saudades da terra. Há muito não me comunicava.
Lembrem-se de tantos outros que deixaram seu legado: Drummond, Cecília Meireles, Fernando Pessoa, Manuel Bandeira...
Sonhe com aquilo que você quer ser,  porque você possui apenas uma vida  e nela só se tem uma chance  de fazer aquilo que quer. 

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-lo forte.
Tristeza para fazê-lo humano.
E esperança suficiente para fazê-lo feliz. 

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas. 
 Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. 

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.


Haia Pinkhasovna








Obs: Este texto é apenas uma ficção.
Texto do Blog Maionese Virtual
http://www.maionesevirtual.blogspot.com/2012/02/da-nuvem-de-clarice.html