sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Doce


Crimes. Assaltos. Rebeliões. A violência não diminui. Durval ia tentar seu primeiro assalto importante.
- Até agora, foi só merreca. Um ônibus, um táxi... Coisa pouca.
Ele passava numa movimentada rua comercial na zona oeste.
O 38 formigando em sua mão.
-Assaltar um banco. Uma loja grã-fina... Hoje vai ser no capricho.
A mais bela vitrine era a de uma loja de doces.
Com a Páscoa, chegam os ovos de todas as cores. Veio a decisão. Durval falou grosso.
- É aqui. Mãos ao alto.
Fregueses e balconistas ficaram quietos.
O cheiro de chocolate invadiu as narinas do assaltante.
Seus olhos duros se encantaram com a decoração do local.
- Hã... Tem bombom? Bombom recheado...?
Durval quis provar o de cereja. Mas a polícia já chegava com tudo.
O corpo do rapaz está agora no IML. Como um bombom. Embrulhadinho. E recheado de chumbo.
Por vezes, é amarga a vida na cidade.

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