terça-feira, 22 de novembro de 2011

A Força de um Desejo

A timidez atrapalha muito na hora do amor.
Dêise Marly era uma moça quieta. Pobre. Sem beleza. Mas apaixonada.
__ O Osvaldo. Que corpo, meu Deus... E nunca vai ligar pra mim...
Uma lágrima rolava lenta entre as espinhas dela. O rapaz de fato se destacava entre os moradores do Jardim Saara. As amigas tinham pena de Dêise Marly.
__ Ele se interessar por você...? Só com mandinga forte.
Dêise Marly foi procurar o pai Futaba. Um famoso pai de santo japonês. Ele rezava com fervor. Os olhos da moça brilhavam como brasa.
__ Quero ele hoje na minha cama, Pai Futaba. Deitado na minha cama.
__Sem puroburema. Osuruvárudo vem urapidinho de moto.
Eram 22h quando o barulho da motocicleta tirou Dêise da cama.
Osvaldo tinha pressa. E um pacote na mão. Cocaína pura.
__Deixa eu me esconder na tua casa.
Sirenes. A polícia. Uma rajada de balas atravessou o peito do rapaz. Seu corpo está estendido agora. Imóvel. Tingindo de sangue o leito virgem de Dêise Marly.
Uma reza, mesmo quando dá certo, nem sempre garante o serviço completo.





Santiago Ribeiro

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