quinta-feira, 31 de março de 2011

Novos Contos de Fadas





Encontrei algumas fotografias da série Fallen Princesses de Dina Goldstein que mostram de uma maneira bem original e humorada como seria o dia-a-dia destas princesas dos contos de fada em uma visão bem moderna.Em todas as imagens as princesas são colocadas em situações que representam bem os seus conflitos nos contos relacionando-os com cenas da atualidade.Adorei!


quarta-feira, 30 de março de 2011

As Três Árvores





Havia no alto de uma montanha três árvores, ainda pequenas, que cresciam e sonhavam juntas. Sonhavam no que seriam depois de grandes. E assim, todo dia, repetiam entre si, seus sonhos.
A primeira, olhando as estrelas, dizia:
— Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. E, para tanto, até me disponho a ser cortada.
A segunda, sempre que olhava o riacho a correr, suspirava:
— Eu quero ser um barco grande para transportar reis e rainhas.
A terceira que amava aquele vale, que pulsava em vida, anunciava:
— Quero ficar aqui, no alto da montanha, e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem na grandiosidade de Deus.
Passaram-se muitos anos e, certo dia, três lenhadores subiram a montanha e as cortaram. As duas primeiras vibravam, ansiosas, por serem transformadas naquilo que sonhavam, porém, a terceira, nem tanto.
Mas os lenhadores não costumavam ouvir ou entender sonhos de árvores. Assim, a primeira árvore acabou sendo transformada em um cocho, cheio de feno, onde os animais vinham comer. A segunda virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes. A terceira foi cortada em grossas vigas e usadas na construção um estábulo para os animais, somente duas foram guardadas num depósito à espera de utilização.
Desiludidas e tristes as três irmãs árvores se perguntavam: Por quê?
Eis que, numa bela noite estrelada, uma jovem mulher prestes a dar à luz, não encontrando com o marido José lugar nas hospedarias, colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que abrigava o maior tesouro do mundo e que Deus não só realizara o seu sonho como ainda a privilegiara entre todas as árvores do mundo. E deu glória a Deus.
Anos mais tarde esse menino, agora homem, entrou num barco - o mesmo em que a segunda árvore havia se transformado-, e nele acabou dormindo, quando uma tempestade quase afundava a embarcação, o homem levantou-se e disse:
— Que se faça a bonança!
E veio a calma e a tranqüilidade no mar revolto, a segunda árvore, então, compreendeu que estava transportando o rei do céu e da terra.
Outros três anos se passaram. E numa fatídica sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e nela um homem foi deitado e pregado.
A princípio, a terceira árvore, sentiu-se horrível e cruel. Mas, dois dias depois, no domingo, aquele que em suas vigas tinha sido crucificado, ressuscitava dos mortos para subir ao céu. E a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu Filho ao olharem para aquela cruz.
As árvores haviam tido sonhos e desejos... E os julgaram perdidos. Porém, eles aconteceram, e sua realização foi muito maior do que, jamais, haviam imaginado.
Assim, nunca deixe de acreditar em seus sonhos, mesmo que, aparentemente, eles sejam impossíveis de se realizar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Maquete - Uma Rua em Paraty





TítuloUma Rua em Paraty 


História

A colonização das terras brasileiras ocorreu pelo sistema de sesmarias, onde o donatário recebia um pedaço de terra e tinha a obrigação de colonizá-la no prazo de cinco anos, sob pena de perdê-la. No caso de Paraty e Angra dos Reis as sesmarias eram entregues a colonos da capitânia de São Vicente. A primeira sesmaria da região foi dada em 1560 em algum local do atual município de Angra dos Reis. Em 1593 foi doada nas proximidades do rio Paraty-Mirim a primeira sesmaria em Paraty.

Entretanto acredita-se que antes das doações da sesmaria já havia sido iniciado o processo de colonização de Paraty. Em 1563 o padre Anchieta passou duas ou mais vezes por Paraty visitando as aldeias de Iperoig (Ubatuba) e Araribá (Angra dos Reis), tentando fazer um tratado de paz entre os portugueses e os índios tupiniquins e tupinambás . Cunhambebe, cacique da aldeia Araribá e líder da Confederação dos Tamoios, manda construir para o padre Anchieta, no fundo do Saco de Mamanguá, à margem do rio Iriró, uma “casa grande de dizer missas e pernoitar”, em agradecimento ao padre por ter salvado índios da aldeia com varíola. Próximo a esse lugar existe um pico chamado Cairuçu que sendo uma corruptela de ocairuçu significa em tupi oca=casa e uçu=grande. Entretanto não conseguindo o acordo de paz, em 1565 o padre Anchieta passa mais uma vez por Paraty, pernoitando na Praia do Pouso e acompanhado de expedição guerreira para combater os tamoios em Uruçumirim (atual bairro da Glória no Rio de Janeiro)

Medidas85cm de comprimento - 45cm de largura 

Principais matérias-primaIsopor, papel paraná, massa corrida, rejunte  e 50 luzes (aquelas de Natal)

Postes de luzPapel  

TelhadosMiolo de papelão envelhecido com betume 

Rua: Seixos e rejunte

Estilo de arquitetura: Barroco português   

Cor predominanteBranco 

Tempo de montagem: 4 meses

Ano: 2011

Motivação: O interesse pelo estilo de arquitetura 

Nota: É um dos meus trabalhos mais expressivos . Dominando a simplicidade e o estilo bem brasileiro de arquitetura nos moldes do século 18 

Exposição: Acervo para mostra individual em 2012 














quarta-feira, 16 de março de 2011

O Poeta e a Lavadeira



Neste momento, numa rodada de amigos e admiradores, o poeta declamava o mais belo poema, uma obra prima. Foi um assombro... A poesia estava deixando todos extasiados! Que beleza! Eram idéia profundas, as palavras, as frases tão suaves e arrebatadoras que os ouvintes estavam estupefatos e estáticos. Ninguém se mexia . Atenção total. E quando o poeta, no auge do entusiasmo, declamava a mais grandiosa estrofe do estupendo poema, ouviu-se uma batida na porta da sala. O poeta inspirado elevou o tom da voz, e de forma mais vibrante tentava abafar o ruído do inoportuno visitante.

Persistem, porém, na porta, as batidas indiscretas. Contrariado pela interrupção o poeta de uma forma intempestiva abre a porta violentamente. “ Por favor Sr. Poeta, a sua roupa suja! ___ diz um vozinha tímida, saída dos lábios de uma menininha magricela. Era a filha da pobre lavadeira. “ Agora não posso menina!... venha amanhã!” . “ Mas... a mãe fica sem serviço... e sem pão... somos tão pobres... por favor, Sr. Poeta, sua roupa suja”. “ Não posso, já disse!... E de forma estúpida e grosseira fecha a porta na cara da menina.

E, retornando o poeta, recomeça a declamar. Entre aplausos e ovações termina de forma gloriosa. Felicitações, abraços, sorrisos, elogios. Alta madrugada, surge o rosto pálido e faminto de uma menina paupérrima. Corre os olhos sonolentos pelo quarto, apanha da mesa os originais do poema e rasga-o em mil pedaços jogando-os no cesto de papéis, murmurando, “ Roupa suja” . E desaparece.

O poeta acorda assustado. Procura pelos originais! Estão intactos... começa a refletir! Será verdade que escrevi este poema? Um poema que fala de humildade, amor ao próximo, caridade, desapego das coisas materiais, enfim palavras enaltecedoras da condição humana . Se é verdade por que não entreguei à pobre menina a minha roupa suja? Por que preferi ao invés disso alimentar o meu ego e a minha vaidade?

Levantou-se, mesmo tarde da noite, atravessou metade da cidade e foi entregar a roupa suja na favela onde morava a lavadeira... e lavou com lágrimas de arrependimento a “ roupa suja” que tinha dentro da alma . Agora assim, seu coração declamou, em silêncio, o mais lindo poema da humildade.

As diferenças


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.


O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?